E Dizem Que Eu É Quem Sou Chato... - 01

E Dizem Que Eu É Quem Sou Chato...

ou

Comentários Sobre o Cotidiano

Por Thiago Damasceno

            Este post inicia uma nova seção no blog. Creio que seu (s) título (s) e os textos dirão tudo que é preciso. Se eu tentar explicar mais, corro o risco de chamar meus leitores de ignorantes, o que de fato não são. Acrescento apenas que os temas trabalhados dariam crônicas, mas considero que o que tenho para falar sobre eles é muito pouco, sendo melhor deixá-los na forma de “comentários”. Minha intenção é provocar o riso e a análise sobre fatos cotidianos. Sem mais delongas...

I

            Quando eu era criança, nos já idos anos 90, fazia questão de ter um corte de cabelo igual ao do Ronaldinho (que ainda não era “Fenômeno”). Entrava no salão, apontava um firme dedo indicador na cara do cabeleireiro e proclamava:

- Eu quero igualzim o do Ronaldim!

            Minutos depois, estava semicareca.

Hoje, não suporto mais assistir canais da TV aberta, mas em certo domingo resolvi dar uma espiadinha no Fantástico. Deparei-me com um Ronaldo (agora “Fenômeno”) acima do peso tentando emagrecer e concorrendo a um prêmio em dinheiro caso alcançasse tal meta.

            E meu antigo ídolo virou isso: Um ex-jogador de futebol que não é milionário, sendo lógico que possa ganhar muito dinheiro caso emagreça. Vale lembrar que a Rede Globo jamais pediu, nem pedirá dinheiro dos seus telespectadores para o Criança Esperança e não esqueçamos também que Ronaldo tem hipotireoidismo, síndrome hormonal que intensifica o ganho de peso, mas enfim, o quadro do Fantástico com ele ainda é tosco.

            Para piorar as coisas, Ronaldo ainda levou seu filho para treinar com Anderson Silva, um relativo anônimo até bem pouco tempo.

II

            Enquanto isso em Goiás...

A cidade de Caldas Novas no período do Caldas Country, evento bastante musicado pelo gênero sertanejo universitário, que não tem lá muita relação com o country norteamericano, exibiu algumas mortes, estupros, relações sexuais em público, malucos quebrando e queimando o próprio carro, muitos roubos e um cara com a cara destruída por um rojão.

            E quando preferi passar o final de semana no sossego do meu lar, alguns amigos taxaram logo eu de “antissocial”.

III

            Goiânia é linda de madrugada. Sem os milhares de carros e pedestres, sua luminosa e aconchegante urbanidade chega a ter um tom natural. Dá vontade de ficar sentado a madrugada inteira em algum banco da Praça Cívica e ficar olhando tudo ao redor.

            Goiânia é perigosa de madrugada. Há muita gente estranha (de todas as classes sociais) circulando com desconhecidas intenções.

Eu só queria assistir algum programa interessante da TV aberta nas tristes noites de domingo.

Eu só queria ficar em casa sem ser “antissocial”.

Eu só queria caminhar tranquilamente de madrugada pela cidade onde moro.

E dizem que eu é quem sou chato...