ThiagoDamasceno: agosto 2011

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Caso De Polícia

O Motoqueiro Azarado

Por Thiago Damasceno, nosso correspondente policial em Goiânia e cidades vizinhas

“É sangue mesmo, não é Merthiolate
Todos querem ver e comentar a novidade
É tão emocionante um acidente de verdade
Estão todos satisfeitos com o sucesso do desastre”.
(Legião Urbana – Metrópole)


       
        O fato narrado neste documento aconteceu no sábado, dia 13 de Agosto de 2011 em Goiânia-GO.
       
        No dia 12, o autor do presente texto presenciou um “bacolejo” da Polícia Militar a 3 indivíduos suspeitos no Setor Universitário. Fiquei observando aquilo por uns 15 minutos para tentar ganhar mais alguma experiência de vida, mas me cansei e fui resolver assuntos universitários. Passados cerca de 30 minutos, retornei ao local e a ação da polícia continuava, e outro caso policial surgiu no dia seguinte.
  
        Estava eu no aconchego urbanístico do meu lar, lavando a louça do café da manhã, quando escutei um grito feminino horripilante. Da janela do não tão alto 4º andar do prédio, vi uma mulher deitada em frente a um carro da Polícia Militar. O carro estava estacionado numa área destinada apenas à polícia, perto do seu posto no centro da cidade, no edifício Parthenon Center. Com uma velocidade mais rápida que a difusão de uma desgraça, uma turba de curiosos aproximou-se da mulher ferida. Já cantava Renato Russo: “É tão emocionante um acidente de verdade”.
   
        Enquanto isso, indaguei se a mulher havia sido atropelada pelo carro da polícia, pois parecia que um pneu dianteiro do carro estava esmagando seu pé esquerdo. Mas o carro estava estacionado! Como poderia ter atropelado a cidadã? Além disso, havia outro carro da polícia estacionado ao lado do carro protagonista, e parecia que nenhum dos dois havia saído do lugar. Minhas dúvidas aumentaram quando o policial gritou com um sujeito que estava em pé próximo a uma moto parada na contramão. Desci do prédio para ver com meus próprios olhos o que estava acontecendo. Resumirei o caso nos parágrafos seguintes.

        O indivíduo perto da moto era moreno, baixo, franzino, tinha cabelo “pixaim” e um olhar de “mãe... tô com fome”.  Ele era o “dono” da moto parada na contramão. Eu escrevi “dono” porque a moto não tinha documento. O policial perguntou sobre os documentos para ele e o indivíduo respondeu sabiamente:

- Sei não, sinhôr...
       
        O burburinho da multidão dizia que ele estava com alvará e respondia por dois artigos, e um desses artigos fazia menção a roubo. Teria aquela moto sido roubada por nosso hipotético vilão? Vê-se que a sorte não estava acompanhando o sujeito. E para piorar o seu final de semana, ele estava pilotando a moto na contramão e bateu naquela mulher, que estava passando entre dois carros da polícia que estavam estacionados um ao lado do outro, com as partes dianteiras na rua e as partes traseiras na calçada. Ao atravessar, a moça olhou para o outro lado e não para o lado no qual o meliante vinha acelerando. Assim que ele bateu nela com a moto, ela caiu e nosso (agora sim) vilão, ficou desesperado e tratou de fugir. Porém, nessa fuga, ele mostrou toda sua incompetência na pilotagem de motos e passou por cima do pé esquerdo da moça!

        Vi o pé quebrado da vítima acompanhado por três poças de sangue que timidamente, banhavam o asfalto. Não havia nenhuma fratura exposta, mas percebia-se claramente o “remelexo” em que aquele pé se encontrava. Havia um osso para lá e outro para cá. A ambulância chegou uns 10 minutos após o ocorrido. Nosso vilão estava sem sorte, não é? Dirigir uma moto roubada na contramão e ainda atropelar uma mulher perto de um posto da Polícia Militar. É meu filho, vá caçar um padre para abençoá-lo.

        Não vi o que aconteceu com nosso vilão após a saída da ambulância. Eu tinha outros assuntos para tratar. É estranho terminar este texto sem uma “conclusão conclusiva”. Talvez a conclusão esteja no parágrafo anterior, ou neste mesmo, ou pouco importa.

        Desde que eu não me torne correspondente no Oriente Médio, até o próximo boletim de ocorrências.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Homenagem À Amy Winehouse


Cara Winehouse

Por Marcus Vinícius

Anápolis, 11 de agosto de 2011

Cara Winehouse,
       
         Em meados de 2008 recebi um “e-mail” de um site sugerindo que eu baixasse um  tal álbum  “Absolutely Live”, de Amy Winehouse. Eu já tinha ouvido falar de você assim meio de relance. Pelo sucesso e pela beleza eu pensava que era uma simples cantora de pop... Sim. Eu nunca havia me interessado, por preconceito. Acho que tava meio “doidão” e “baixei” o álbum grátis de um “site” qualquer. Só sei que quando escutei fui ao delírio, não acreditei. Uma voz forte, um estilo (não digo único, porém especial). Sem mentira nenhuma, eu dissequei seu som, passei um ano com as músicas no meu “mp3”. Cheguei a ouvir um instrumento por vez.
        
         Em meados de 2009 resolvi pesquisar se não havia mais álbuns e tal... Nunca cheguei a ouvi-los como o “Absolutely Live”, porém, descobri que seu trabalho era maior do que eu achava e confirmei que seu som era realmente diferente. Essa música inicialmente negra com sua pitada pessoal, esse abuso de metais, esse ritmo e sobretudo, essa voz forte. Tudo isso sem me preocupar com você e sim apenas com sua música. Uma vez ou outra via fotos de escândalos seus na página inicial do “MSN”, mas nunca me interessei, cheguei a achar que eram essas empolgações da imprensa, o que me importa é a música e a sua é realmente boa.
        
         Estou acostumado a isso. Eu ouço Ozzy Osbourne, Black Sabbath, já ouvi Marilyn Manson, já ouvi muita coisa. Sempre me preocupei apenas com o som, se era “ouvivel” ou não. Pouco me importa se você usava drogas, sua religião, sua vida. Aliás, ela é (era) sua. Seja feliz e colha os frutos do que plantou.



        Agora que você se foi, a própria mídia que te destruía, se aproveita de sua imagem e de seus problemas. Eles de novo aproveitam para te destruir, passando uma imagem de uma simples cantora que se perdeu nas drogas, que vivia de escândalos e todas as suas fotos mais polêmicas e as histórias mais estranhas apareceram. Esses seus antigos conhecidos se esqueceram de seu grande talento, de sua bonita voz e de sua boa música. Apresentam apenas uma face e se esquecem que com apenas 27 anos você fez mais que muitos por aí.
        
         Esse é meu desabafo, desabafo de um admirador que nunca te rendeu uma libra de lucro sequer. Não contribui para sua primeira carreira de cantora e nem para a segunda de alcoólatra e drogada. Admito que “baixei” todos os seus discos grátis pela internet, admito que te conheci por acaso. Porém, desde o primeiro momento que te conheci fui seu grande admirador. Além do mais, meu dinheiro nunca te fez falta, não é? Estou indignado com a mídia destruindo o resto de sua imagem divulgando apenas o seu aspecto menos desejado, a ponto de alguns me falarem “Nossa, você escuta aquela drogada que vivia caindo nos shows?” ou “Você só gosta por que ela morreu!”. E eu digo apenas “Você, meu caro, não sabe o quanto essa mulher canta(va)”. É isso mesmo, muitas pessoas só conhecem o seu lado obscuro e não conhecem o seu grandioso trabalho. A esses eu recomendo o “Frank” (2003), só a capa do “CD” já causa um contraste com sua semi-caveira horrível estampada pela mídia. Também proponho um exercício: ouça Rehab e finja que a voz é apenas mais um instrumento, e sinta o groove, sinta a música.
        
         Como dizem, ”você vacilou”. Perdeu a chance e nos presentear com seu talento durante vários anos. Mesmo assim, prometo fazer de tudo para impedir que apenas seus vícios e escândalos sejam lembrados. Pois nem sabemos como e por quê você se foi. Porém, sabemos que era inevitável.
         
         Quero parabenizar você e demais colaboradores, músicos e produtores pelos seus lindíssimos discos e pelas belas músicas. E é ao som de Wake me up alone, essa linda canção, que eu me despeço. Durma em paz e que a música nos acompanhe.

  De seu grande admirador, M. V.

domingo, 21 de agosto de 2011

Aniversário De 1 Ano


Há 1 Ano No Ar!!!
Por Thiago Damasceno

        Há um ano decidi criar este blog. E por que? Desde a adolescência eu me envolvo com arte. A partir dessa fase etária eu venho escrevendo poemas, letras de músicas e crônicas. Em 2010 eu tinha uma quantidade considerável de textos e escolhi publicá-los, pois acredito que todo artista deve exibir sua arte. A Internet veio como uma luva para meu desejo e quero registrar neste texto meus agradecimentos.

        Obrigado a todos os internautas brasileiros e aos internautas internacionais dos Estados Unidos, Portugal, Alemanha, Canadá, Paraguai, Argentina, China, Rússia e Croácia. É gratificante escrever textos e tê-los lidos. Digo isso também em nome dos outros escritores do blog.

        A lista é grande e os nomes podem ser vistos nos textos. Falo dos meus amigos e amigas que ajudam o blog com layouts, textos e sugestões.

        Meu primeiro e mais recente livro, “Contos Para Ser Ler No Escuro”, concorrerá no Prêmio SESC de Literatura. A obra vencedora será publicada pela Editora Record. A obra deve ser enviada até dia 31 de agosto e até o término do concurso, nada pode ser publicado, conforme as normas, mas ganhando o concurso ou não, publicarei o livro digitalmente no ano que vem.
       
        Por falar em escrever, concluirei meus agradecimentos com frases de caras que foram e são artistas na arte de escrever. Devore-as e leve-as não apenas para escrever, mas para qualquer outro campo, pois a arte anda por vários caminhos.

         Obrigado, aprecie sem moderação.



“Cada leitor, quando lê, é um leitor de si mesmo.”
(Marcel Proust)

“Leitor: co-autor do texto.”
(Lêdo Ivo)

Escrevendo posso me esconder de mim.”
(João Guimarães Rosa)

“Eu é um outro.”
(Arthur Rimbaud)

“Nenhum homem realmente produtivo pensa o tempo todo como se estivesse escrevendo uma dissertação.”
(Albert Einstein)

“A literatura é uma arte construída com a linguagem.”
(David A. Hill)

“Si essis cara quére inscrevê  ansin pobrema é deliz, seiz num tem o que fazê? Fica tiranu sarru dessis analfabeticos; se elis taum tentano paçá, quem sabi elis consegui.”
(Seu Creysson, sobre quem critica analfabetos funcionais ou não, que estudam para vestibulares, concursos ou para outros fins)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Literatura: O Velho & O Mar (The Old Man And The Sea)


O Velho & O Mar

Por Thiago Damasceno

 “Era bom demais para ser verdade”.
(Santiago)

        Nas férias de Julho, o primeiro romance que li foi O Velho & O Mar, do escritor norte-americano Ernest Hemingway (1899-1961). Considerada sua obra-prima, O Velho & O Mar foi escrito em 1951 e publicado em 1952. Rendeu ao seu autor o prêmio Pulitzer em 1953 e um Nobel de Literatura em 1954. 


      
        Esse romance é contado por um narrador do tipo narrador em terceira pessoa onisciente ou narrador-observador onisciente. Esse tipo de narrador não participa da história, mas conhece todo o enredo e os pensamentos dos personagens. O Velho & O Mar conta a história de Santiago, um idoso pescador que mora numa pequena aldeia de Cuba. Santiago estava há 84 dias sem pegar nenhum peixe e um garoto chamado Manolin o ajudava, mas seus pais o obrigaram a ajudar outros pescadores devido à falta de sorte de Santiago. Mesmo assim, os dois amigos de idades bem diferentes acreditavam que a sorte ainda sorriria para Santiago, ou Velho, como Manolin o chamava. Ambos eram pobres, e se não fosse pelo Garoto, o Velho passaria muita necessidade. A relação deles se assemelha com a relação de um neto dedicado que cuida de um avô amoroso, e o esforço de Santiago para sobreviver pela pescaria pode ser vista como uma representação da luta do homem contra a natureza.
   
        No 85º dia Santiago parte para alto mar, onde quase nenhum pescador ia. Após algumas horas um peixe que aparenta ser de grande porte fisga suas iscas. Enfim, a sorte sorriu para o velho pescador. Porém, ele luta bastante para conseguir pescar o peixe, que mais tarde mostra ser um peixe-espada. O foco da obra é esse: o esforço do velho para pescar um grande peixe-espada. No decorrer do romance o desenrolar dos fatos chega a formar a famosa “história de pescador”. Contudo, deve-se lembrar que se pode considerar essa história como uma metáfora da vida. Como dito anteriormente, ela retrata a batalha do homem pequeno, cansado e limitado, contra a poderosa natureza, que representada pelo mar, não é boa nem má, apenas caprichosa, como uma mulher. O Velho define o mar assim, ao chamá-lo de la mar. Além disso, também é colocada em atenção a idéia da esperança que nunca abandona o homem. E é interessante observar que essa esperança é mais cultivada nos dois extremos da vida: a infância e a 3ª idade. Os demais membros da aldeia não acreditavam muito nas habilidades e sorte de Santiago. O fator sorte também é posto em questão aqui, mostrando o quão limitado os homens são, dependendo assim de sorte e azar, esses “acasos do destino”.

        O sucesso de O Velho & O Mar alcançou também o Cinema. O romance ganhou uma adaptação em 1958 batizada com o mesmo nome da obra literária, com direção de John Sturges e estrelando Spender Tracy. Vale a pena conferir o filme também. 
 



        O Velho & O Mar, de Hemingway: uma obra para ser sempre lida e jamais esquecida. 

AVISO:

        Para quem ainda não leu o livro, conclui no parágrafo anterior meus comentários sobre ele. Para quem leu a obra completa, no link abaixo se encontra o texto completo dos meus comentários. Ou seja, este texto, mais outros parágrafos com minhas reflexões sobre o final do livro. Minha intenção é comentar a obra toda e não estragar a surpresa de quem ainda não leu, deixando à sua escolha fazer o download do texto completo ou não. Quem quiser ler o livro motivado por este texto, poderá baixar depois o texto completo, pois todos os textos e arquivos postados aqui ficarão disponíveis para download por tempo indeterminado. Aviso novamente: Para quem ainda não leu o livro, conclui no parágrafo anterior meus comentários sobre ele. O link para baixar o texto completo está logo abaixo.


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Tô Esperando Inventarem... Parte 04

Por Thiago Damasceno

11 – Reprise Dos Programas Da Saudosa TV Manchete – Seria preferível lembrar os saudosos desenhos animados e live actions que nossa extinta, saudosa e querida TV Manchete transmitia, do que as novelas do Vale a Pena Ver de Novo. Porém, não estou desmerecendo a teledramaturgia brasileira. Doces lembranças: Shurato, Samurai Warriors, Sailor Moon, Black Kamer Raider, Jiraya, etc... Para sempre... Para sempre...

12 – Localizador De Pontas De Fitas Adesiva/Dúrex – O Homem é diferente dos demais animais devido à sua capacidade de invenção. Entretanto, isso é bem paradoxal, pois já inventamos um sistema para localizar algo em qualquer canto do globo (GPS), mas não temos nenhum localizador das malditas pontas das sempre úteis e práticas fitas adesivas/dúrex. Dá um trabalho danado achar a ponta de algumas fitas, inclusive das transparentes. Isso gera tensões semelhantes às tensões provocadas pelas colas Super Bonder quando emperram suas tampas. Mais sobre as Super Bonder na parte 01 desta seção.

13 – Aspirador De Pó De Teto – Algumas casas não são forradas, assim, seus moradores admiram as telhas e caibros nus e crus ao olhar para cima. Acontece que sem os forros, junta-se uma poeira danada no telhado e muitas teias de aranha. Isso é ruim para a estética da residência e para a saúde. Um aspirador de pó invertido, ou seja, de teto, seria muito útil para limpar telhados. Existem os tais incineradores, mas francamente, limpam o telhado e deixam a maior sujeira no chão. Quem já usou isso pra limpar telhado sabe do que estou falando.

14 – Retro Vacina – Ok, ok. Admito que das invenções até agora,  essa é a mais engraçada e menos séria. Pensei nela, mais por motivos cômicos mesmo (que é parte das intenções desta seção). Dizem que não é possível uma vacina pro vírus da gripe porque ele é um retro vírus, vive sofrendo mutações. Ora pois, que façam uma retro vacina então para acompanhar as mutações do vírus.  J Já não clonaram uma ovelha?!

        Encerro por aqui, por tempo indeterminado, a primeira fase de Tô Esperando Inventarem... Mas, em breve iniciarei a sua oposição, a Ainda Bem Que Inventaram...

Até breve!