ThiagoDamasceno: Homenagem À Amy Winehouse

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Homenagem À Amy Winehouse


Cara Winehouse

Por Marcus Vinícius

Anápolis, 11 de agosto de 2011

Cara Winehouse,
       
         Em meados de 2008 recebi um “e-mail” de um site sugerindo que eu baixasse um  tal álbum  “Absolutely Live”, de Amy Winehouse. Eu já tinha ouvido falar de você assim meio de relance. Pelo sucesso e pela beleza eu pensava que era uma simples cantora de pop... Sim. Eu nunca havia me interessado, por preconceito. Acho que tava meio “doidão” e “baixei” o álbum grátis de um “site” qualquer. Só sei que quando escutei fui ao delírio, não acreditei. Uma voz forte, um estilo (não digo único, porém especial). Sem mentira nenhuma, eu dissequei seu som, passei um ano com as músicas no meu “mp3”. Cheguei a ouvir um instrumento por vez.
        
         Em meados de 2009 resolvi pesquisar se não havia mais álbuns e tal... Nunca cheguei a ouvi-los como o “Absolutely Live”, porém, descobri que seu trabalho era maior do que eu achava e confirmei que seu som era realmente diferente. Essa música inicialmente negra com sua pitada pessoal, esse abuso de metais, esse ritmo e sobretudo, essa voz forte. Tudo isso sem me preocupar com você e sim apenas com sua música. Uma vez ou outra via fotos de escândalos seus na página inicial do “MSN”, mas nunca me interessei, cheguei a achar que eram essas empolgações da imprensa, o que me importa é a música e a sua é realmente boa.
        
         Estou acostumado a isso. Eu ouço Ozzy Osbourne, Black Sabbath, já ouvi Marilyn Manson, já ouvi muita coisa. Sempre me preocupei apenas com o som, se era “ouvivel” ou não. Pouco me importa se você usava drogas, sua religião, sua vida. Aliás, ela é (era) sua. Seja feliz e colha os frutos do que plantou.



        Agora que você se foi, a própria mídia que te destruía, se aproveita de sua imagem e de seus problemas. Eles de novo aproveitam para te destruir, passando uma imagem de uma simples cantora que se perdeu nas drogas, que vivia de escândalos e todas as suas fotos mais polêmicas e as histórias mais estranhas apareceram. Esses seus antigos conhecidos se esqueceram de seu grande talento, de sua bonita voz e de sua boa música. Apresentam apenas uma face e se esquecem que com apenas 27 anos você fez mais que muitos por aí.
        
         Esse é meu desabafo, desabafo de um admirador que nunca te rendeu uma libra de lucro sequer. Não contribui para sua primeira carreira de cantora e nem para a segunda de alcoólatra e drogada. Admito que “baixei” todos os seus discos grátis pela internet, admito que te conheci por acaso. Porém, desde o primeiro momento que te conheci fui seu grande admirador. Além do mais, meu dinheiro nunca te fez falta, não é? Estou indignado com a mídia destruindo o resto de sua imagem divulgando apenas o seu aspecto menos desejado, a ponto de alguns me falarem “Nossa, você escuta aquela drogada que vivia caindo nos shows?” ou “Você só gosta por que ela morreu!”. E eu digo apenas “Você, meu caro, não sabe o quanto essa mulher canta(va)”. É isso mesmo, muitas pessoas só conhecem o seu lado obscuro e não conhecem o seu grandioso trabalho. A esses eu recomendo o “Frank” (2003), só a capa do “CD” já causa um contraste com sua semi-caveira horrível estampada pela mídia. Também proponho um exercício: ouça Rehab e finja que a voz é apenas mais um instrumento, e sinta o groove, sinta a música.
        
         Como dizem, ”você vacilou”. Perdeu a chance e nos presentear com seu talento durante vários anos. Mesmo assim, prometo fazer de tudo para impedir que apenas seus vícios e escândalos sejam lembrados. Pois nem sabemos como e por quê você se foi. Porém, sabemos que era inevitável.
         
         Quero parabenizar você e demais colaboradores, músicos e produtores pelos seus lindíssimos discos e pelas belas músicas. E é ao som de Wake me up alone, essa linda canção, que eu me despeço. Durma em paz e que a música nos acompanhe.

  De seu grande admirador, M. V.

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