ThiagoDamasceno: Crônica (Escrita no dia 21/08/10)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Crônica (Escrita no dia 21/08/10)

    O Senhor Poderia Se Retirar, Por Favor?

Por Thiago Damasceno
   
    Passei a manhã e a tarde do dia 21, sábado, em Anápolis, pois houve um curso de Noções de Paleografia e Diplomática no campus da UEG, onde eu estudo. Como eu não gostaria da galinhada que seria servida no restaurante do campus, fui a pé a um restaurante próximo. Passei por um e corri ao ver o preço do quilo: R$ 12,00. Meu bolso universitário não suportaria tal facada! Como esse restaurante era num hotel, pensei que era mais caro que o restaurante ao lado, já que coisa normal é explorar turista, ou seja, os hóspedes do hotel. Entrei no outro restaurante satisfeito com meu raciocínio de “restaurante de hotel é sempre mais caro” e fiz meu prato. Pesei. Olhei o preço na comanda: R$ 14,89! Meu bolso universitário chorou, mas não havia volta. Sentei e comi. Dei um alto grau de valor a cada grão de arroz. O atendimento foi péssimo. Esperei três dias para pedir uma coca-cola de 1 litro. Que me deu trabalho...

    Enquanto eu saboreava com gosto minha cara comida cara, a mulher que estava no caixa olhava pra mim com olhos ligeiros, olhos que ansiavam pelo pagamento. Após alguns minutos meu prato estava vazio. A garrafa de coca-cola, não. Uma atendente veio e perguntou: “Posso retirar seu prato?”. Eu já previa aquilo. Uma vez, uma conhecida minha, dona de restaurante, disse que aquilo não se fazia, pois era o mesmo que mandar o cliente ir embora. Concordo. Mas como não estava com saco para expor essa teoria para a atendente, disse que ela podia levar o prato.

    Minutos depois, minha garrafa estava vazia e restava apenas meu copo cheio de coca com um fatia de limão desmaiada no fundo. Eu saboreei meu último copo de refrigerante com os olhos e a imaginação, depois com a boca e o aparelho digestivo. Outra atendente veio e perguntou se poderia levar a garrafa de coca-cola. Vê se pode... Novamente, para não dar briga, eu disse que sim, mas pensei: na próxima vez ela vai perguntar: “O Senhor poderia se retirar, por favor?”, tipo, “já que não está comendo mais nada e está terminando sua bebida, suma de vista”.

    Intrigado com tais acontecimentos resolvi pagar logo minha conta e voltar para o academicismo da UEG. Paguei e a moça do caixa me deu um cartão no qual estava escrito com grandes letras maiúsculas vermelhas um LIBERADO. Pensei: “um cartão para eu mostrar para o segurança negro, careca, alto, forte e com cara apática que fica na saída do restaurante. Na saída havia uma velhinha com seus 150 anos que colocava os cartões numa pequena cesta e sorria um “muito obrigada”.

Um comentário:

  1. kkkkkkk ... mas que abusoo !!!
    deveria ter uma placa dizendo:
    - entre e não demore...!

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