ThiagoDamasceno: Crônica: O Senhor Tempo

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Crônica: O Senhor Tempo



O Senhor Tempo

Por Erika Santos


Talvez um coração bom mude tudo, talvez uma boa consciência mude tudo, mas o talvez do mundo de hoje é um quase nunca porque tudo se resume ao rápido, ao prático, e não se sente tudo como tudo deveria ser sentido. A verdade é que as coisas realmente valiosas vão se perdendo, assim como um bem material. Hoje o que deveria ser eterno é considerado passageiro.

Coitado do Senhor Tempo, que tem que tomar conta de tudo e de todos. Se nós fizéssemos nossa parte talvez o Senhor Tempo não ficaria tão sobrecarregado. Ele anda tão ocupado! Quando estamos vivendo algo bom, falamos “Nossa, mas passou tão rápido!” É... Ele tem outras coisas pra resolver. O Senhor Tempo está cada vez mais ocupado com nossos problemas que não dedica sua intensidade da forma devida no que ele fazia de melhor, gastando-se conosco nas maravilhas da vida, não importando nada mais que aqueles momentos, tudo com a paciência de uma criança e não com a rapidez de um adulto.

A tristeza que hoje domina muitos é a substituição da mágica que é a alegria da vida, o despertar das emoções mais serenas. A correria deixou pra trás a essência de muitas e muitas coisas. A música deixou de ser sentida, o tempo não parou no instante em que queríamos,  a vida mudou o que queríamos que durasse o suficiente para a felicidade ser infinita. Simplesmente encontro-me olhando o céu, seja de dia, com nuvens ou não, com gotas de chuva a cair ou não, com estrelas ou não, com luar ou não, só de olhar para aquele infinito a sensação é de ser alguém pequeno e ao mesmo tempo gigante.

Há quem concorde com isso, há quem discorde disso. É como eu disse, tudo é feito de talvez, de não e de sim, mas grande parte prefere a limitação de algo impensado e trocado do que a imensidão que logo que chega não se vai. Ela é  diferente, ela marca. Trás consequências? Sim, mas as melhores são as maiores, e as não tão boas são tão poucas que isso o Senhor Tempo, já acostumado com coisas tão gigantes, resolve rapidinho, do contrário, a felicidade é instantânea e muitas coisas são perdidas. Aí então as partes ruins são a maioria. De que valem então as felicidades instantâneas? Definitivamente não entendo quem as prefere. 

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