ThiagoDamasceno: O "11 De Setembro" Sob Outros Olhos

domingo, 11 de setembro de 2011

O "11 De Setembro" Sob Outros Olhos


O “11 De Setembro” Sob Outros Olhos

Por M.V.

         Enfim, o tão esperado 11 de setembro chegou. Para o governo norte-americano e para a mídia, pode ser a data mais importante que o dia de Ação de Graças, pois foi o dia que deu a desculpa para a caça ao suposto terror, para tampar seus verdadeiros interesses e objetivos ao invadir o chamado Oriente Médio, uma caça aos responsáveis pelos atentados (sendo que a maioria deles morreu no avião).  A data em que os Estados Unidos da América se auto consagraram os 'donos do mundo'. E que todo ano nos presenteiam com as solenidades e homenagens aos norte-americanos mortos. Graças a esse dia foi como se os EUA pudessem fazer o que quisessem para lavrar sua honra.
        


         Realmente, muitas vidas norte-americanas e de estrangeiros foram perdidas injustamente, numa guerra que não começaram, além de bombeiros e trabalhadores. Do mesmo modo, não podemos esquecer dos japoneses que ganharam duas bombas-atômicas de presente numa guerra que já estava praticamente acabada. Numa demonstração de poder bélico a quem nós já sabemos. Porém, o Japão é o exemplo clássico. Por que não citamos um Vietnã dividido, uma Coréia dividida, entre outros? Não podemos esquecer esses pobres homens mantendo uma guerra civil financiada econômico-ideologicamente por norte-americanos e soviéticos, é claro. Também lembremos  das ditaduras sul-americanas, período em que nós, sul-americanos, vivemos sob forte opressão, todas financiadas e apoiadas pela secretaria de estado norte-americana. Porém, como esses fatos estão  num  contexto de guerra fria não podemos nos aprofundar.
   
         Passemos para a política externa norte-americana pós-guerra fria. Nesse caso podemos citar um imperialismo fortíssimo principalmente nos países do Oriente Médio, onde os EUA buscam por meio de conflitos bélicos ou ideológicos defender seus interesses econômicos, porém ,nem sempre isso é possível, tendo em vista o choque cultural e os interesses diversos.
   
         Em alguns países islâmicos a dominação é mais forte e mais traumática. Podemos citar desde o apoio ao Estado de Israel, que já é uma grandíssima afronta aos antigos moradores desses locais. Depois o apoio econômico e bélico, sempre tentando aculturar esses povos, sempre com ideal de dominação e imperialismo. Lembremos que um dos pouquíssimos  momentos em que esses povos foram 'amigos' foi durante a Guerra Fria, quando a CIA fornecia treinamento militar para jovens afegãos que queriam lutar contra a dominação soviética. Pois bem, foi a partir desse treinamento que nasceu a Al-Qaeda e diversos outros grupos armados que utilizam a violência e ataques suicidas como meios de aparecer. Há tempos os islâmicos, principalmente xiitas, vinham alimentando um ódio contra os norte-americanos. E, levando em conta a diferença de poder, eles fizeram o que para nós (ocidentais) é chamado de terrorismo. Que tipo de medida estúpida colocar suicidas carregados de bomba se explodindo e matando inocentes e os EUA usando a 'caça ao terror' como desculpa para ataques ou invasões pelo mundo afora. Os grupos terroristas foram criação do próprio EUA que agora se viraram contra seu próprio criador. Isso mostra como o governo norte-americano gosta de invadir países com desculpas ridículas, destruir território alheio, etc. O que não deixou de ser prática, como recentemente nós vimos a situação em que supostamente pegaram e mataram Osama Bin Laden.

        A partir disso, não podemos afirmar: “os norte-americanos tem que morrer mesmo”. Pelo contrário, há décadas os EUA vêm buscando inimizades pelo mundo afora. Os ataques terroristas do  11 de setembro traziam uma mensagem que era: “nós também temos voz, olha do que nós somos capazes”. Foi uma exposição para os norte-americanos e demais potências ocidentais experimentarem o próprio veneno. Foi um ataque muito mais do que derrubar torres, mas sim um ataque a uma política, a um ideal. Aliás, essa política imperialista não é uma prática exclusivamente norte-americana, porém um ato freqüente entre as potências ocidentais, como Reino Unido e França. O ataque ao World Trade Center foi muito mais do que matar cidadãos norte-americanos, afinal, cidadãos norte americanos morrem a todo momento em alguma guerra ou invasão pelo mundo. Foi um ataque ao Ocidente, uma mensagem dos invadidos para os invasores.
        
         Existem várias teorias sobre o 11 de setembro. Desde a de que foi ato do demônio, por causa da imagem de algo parecido, vista na fumaça produzida pela queda das torres, à algumas menos originais. E outras como a de que o ataque poderia ter sido arquitetado pelo próprio governo norte-americano, primeiro porque a grande maioria dos que morreram no ataque foram de latinos  e de trabalhadores da limpeza; em segundo lugar, para legitimar os ataques e invasões aos países principalmente de cultura árabe, por causa de petróleo, além de colocá-los como os vilões do mundo.  Não chego a acreditar em nenhuma dessas teorias e nem tampouco nas demais. A única coisa em que acredito é que a partir disso os EUA promoveram a chamada guerra ao terror para sair fazendo o que quisessem com o resto do mundo, principalmente matar pessoas, inventando situações para poder invadir países, como exemplo o Iraque, que todos sabem que foi por interesse econômico. Depois matando soberanos que por mais horríveis que fossem, ainda teriam o direito de serem julgados por seus próprios concidadãos e só estes por sua vez teriam direito de tirar sua vida.
    

         Será que pelo que aconteceu, os EUA tem direito de fazer o que fazem? Mesmo com toda essa realidade todo começo de setembro até o dia 11 (no mínimo) começam a falar sobre a queda das torres gêmeas, como no dia 4 de setembro em que o programa da Rede Globo, Fantástico dedicou toda a sua edição semanal para mostrar um documentário sobre os últimos momentos antes da queda das torres. E olhem que o programa Fantástico é só o começo... Lembrem das reportagens especiais que passam em toda a imprensa MUNDIAL. Desculpem a minha falta de assiduidade ao assistir o Fantástico e também de assistir outros jornais, porém salvo o já mencionado caso do Japão, eu nunca vi ao menos uma reportagem especial sobre os inocentes das casas derrubadas em território iraquiano, mortos numa guerra sem sentido, ou vietnamitas, ou coreanos, ou afegãos, ou palestinos... E por aí vai.
   
          Ao contrário, o que eu vejo são filmes do Rambo mostrando os norte-americanos como os donos da verdade e da justiça, matando todos os personagens não-americanos. O que vejo é a história sendo contada pelo vencedor e através de fantoches, que somos nós, cidadãos do resto do mundo, que abraçamos uma causa e aderimos valores sem saber ao certo do que realmente se trata e, além disso, ouvindo apenas uma versão da história. Percebemos que após o 11 de setembro de 2001, a indústria bélica mundial, principalmente norte-americana, só deve ter experimentado uma queda de produtividade na crise de 2009. E isso por que o presidente Barack Obama (que também não é santo, mas essa é outra história) chegou à conclusão que a manutenção das tropas no Iraque está muito alta para um Estado que está em crise, ou seja, não é mais um ‘investimento rentável’ ou vulgarmente falando ‘já deu o que tinha que dar’. E ainda diz, que a paz já está restaurada no Iraque e que a democracia já está estabilizada. Não é isso que se espera de um Estado que vem de uma guerra recente, não é isso que nós vemos em jornais, e não é isso que podemos perceber num próprio filme norte-americano, Guerra ao Terror, de  (2009), (vejam só, que nome sugestivo) que também é outro dos que dizem que a guerra é sem sentido, etc... Quando na verdade, depois de anos de invasão e violência contra cidadãos iraquianos, é muito cômodo falar isso, pois só esperam uma desculpa para sair. O que eu percebo é que os ataques de 11 de setembro geraram lucro e economia para a indústria bélica e petrolífera.  Além da desculpa para o assassinato de supostos terroristas. Ou seja, agora que 'já deu o que tinha que dar' eles querem sair de fininho, se passar por vítimas e usar o apelo midiático como escudo.
          
         Todos têm o direito de chorar por seus familiares e concidadãos inocentes, de ambos os lados e nacionalidades. Inocentes mortos devido a conflitos que não geraram e não puderam evitar. Mas, nesse 11 de setembro de 2011, eu não quero ver os EUA como os inocentes da história e donos da verdade, como em documentários e reportagens especiais vinculados todos os anos. Lembremos também do resto do mundo. Por que, depois de 10 anos percebo que o “buraco é muito mais embaixo”.

Aguardo comentários.

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