ThiagoDamasceno: Cinema: Lanterna Verde

domingo, 4 de setembro de 2011

Cinema: Lanterna Verde



Lanterna Verde, Um Filme Fraco

Por Thiago Damasceno

        Durante a infância e a adolescência, acompanhei o Lanterna Verde nas HQ´s do Superman e da Liga Justiça, e assisti-o na série animada da Liga da Justiça. Acompanhei-o razoavelmente. Assim, considero-o um bom super herói, pena que a equipe do diretor do seu filme, Martin Campbell, não o tenha considerado do mesmo modo.



       Fato: Lanterna Verde é um filme fraco. Poderia ser muito melhor. Comecemos pelo personagem que nomeio de “Vilão Menor”.

        O Vilão Menor é o Dr. Hector Hammond (Peter Sarsgaard). Ele não é bem caracterizado, tanto na questão da vestimenta, aparência e até poder. Ele tem lá os seus poderes, mas vá saber ao certo quais são e se ele gosta deles, já que ele deseja o anel de Hal Jordan. Além disso, na maioria de suas aparições, ele está trancado em um laboratório. Numa das cenas de luta em um dos laboratórios, Hal Jordan/Lanterna Verde lhe dá um golpe que o arremessa para longe, e as cenas seguintes são mal cortadas, de tal modo que quando Hammond aparece de novo, gritando numa cama, você se pergunta: “O que diabos aconteceu mesmo?” Seu nascimento, que se dá ao mesmo tempo que o nascimento do Herói. Proposta interessante, mas o que vem depois derruba a figura desse vilão.

        O personagem Hal Jordan/Lanterna Verde (Ryan Reynolds) age de um modo que aceita tudo numa boa, com um senso de humor invejável. É simples para ele ser escolhido como um dos lanternas verdes, guardiões do universo e viajar quase à velocidade da luz de um planeta para outro. Ele aceita tudo muito fácil. Também reparei que sua relação com Carol Ferris (Blake Lively), a “mocinha” do filme, é muita clichê. Naquele velho estilo de o apaixonado Herói voa apaixonadamente com sua apaixonada nos braços.

        O personagem Sinestro é até interessante, pois gera dúvidas no Herói e desafia-o. Mas é mal aproveitado, assim como os demais lanternas verdes, como Tomar-Re e Kilowog. Os amigos e familiares do Herói também têm um baixo índice de aproveitamento e exploração. Quanto à atuação, não senti uma “química” muito boa em nenhuma das relações das personagens.

        Também vi alguns problemas no roteiro, principalmente ao uso muito simplista da orientação mitológica de Joseph Campbell e Christopher Vogler. Para quem não conhece esses nomes, vale a pena conferi-los.

        As conseqüências de fracos início e desenvolvimento são um decepcionante final, onde há pouca ação. A luta entre Lanterna Verde e agora sim, o todo poderoso Parallax (Vilão Maior), é muita rápida. E olha que esse Vilão é praticamente um devorador de planetas! Quando a luta terminou, pensei: “Ah bom, já acabou?”

        Apesar de ver esses problemas, considero a filosofia do filme muito boa, por mais que seja batida. Segundo a obra, o mal nasce do bem. Um dos imortais do universo (criadores dos anéis verdes) tenta controlar o a força do medo (força amarela), mas essa força termina controlando-o. Para vencer tal força, é preciso que a enfraquecida forçada da vontade (força verde) se fortaleça e domine a força do medo.  Com isso, a Jornada do Herói, para Lanterna Verde, não se torna apenas exterior, mas também interior. Temas padrões, mas bons.

        Lanterna Verde tem seus pontos positivos e negativos, mas no geral, os negativos prevaleceram e o filme não saiu lá essas coisas. O pior de tudo é que o lançaram na mesma época que outro filme de super herói que lhe deixa no chinelo: um tal de Capitão América: O Primeiro Vingador.

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