ThiagoDamasceno: Crônica

quarta-feira, 16 de março de 2011

Crônica

O Celular
Por Átila Douglas
       
         Completamente integrado ao cotidiano das pessoas, principalmente nos grandes centros urbanos, o telefone celular causou um enorme espanto há 31 anos, quando foi realizada a primeira ligação pública de um aparelho portátil, no dia 3 de abril de 1973.
       
        Foi uma das maiores invenções do século XX, atrás, é claro, da Internet. Desde aquele dia as pessoas podem se comunicar quando e onde quiserem em qualquer canto do planeta. Porém, o princípio não foi a maravilha que encontramos hoje, como todas as grandes invenções da humanidade. O primeiro aparelho pesava cerca de 1 quilo e media 25 cm de comprimento e 7 cm de largura, e sua bateria se esgotava após 20 min. de conversa.
       
        Como todas as invenções o celular também contribui para algumas catástrofes humanas, assim como a vacina, que teve de ser testada em cobaias humanas antes de ser fabricada em larga escala. Algumas dessas pessoas sofriam efeitos colaterais e morriam. Mas o celular não chegou a tanto, entretanto as pesquisas comprovam que celular aliado à direção no trânsito aumenta em até 400% a chance do condutor do veículo causar um acidente. E não menos pior, se o condutor receber e/ou enviar uma mensagem de texto, o popular SMS, sua atenção diminui 91%.
       
        O artigo 252 do Código de Transito Brasileiro (CTB) pune os “falantes” com quatro pontos na carteira e multa de R$ 85,17. Essa é considerada uma infração de caráter “médio”. Sem falar que, com essa “grande invenção”, ninguém mais conta a verdade. Pode-se estar em um bar, bebendo com os amigos, que para a pessoa do outro lado da linha você pode estar em casa, morrendo de dor de cabeça, sem vontade de sair. Aí vai do bom senso de cada um. Devido a essas mentirinhas sem importância contadas no celular, aconteceu um fato curioso e engraçado comigo.
       
        Estava eu, em uma bela tarde de sol (para os moradores de Goiânia) no Terminal Cruzeiro, situado na Vila Rosa, quando meu aparelho toca.
–Alô? - Era um amigo chato, perguntando onde eu estava.
- Estou em casa, por quê?
–Ah, queria te ver, pra gente almoçar juntos, depois tomar umas... – disse o chato.
       
        Ainda complementou que estava indo para o terminal, mas eu nem dei importância, e não me preocupei, pois meu ônibus já estava prestes a sair.
-Então tá bom, depois a gente se fala. – acrescentou, desligando o telefone.
        Quando eu estava entrando no ônibus, adivinhe quem eu vejo caro leitor: meu amigo chato... Ele me cumprimentou surpreso e eu respondi que tinha que resolver uns problemas no Centro da cidade, assuntos particulares. Desde aquele dia, há um mês, ele não retorna minhas ligações.

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