ThiagoDamasceno: Música

sábado, 22 de janeiro de 2011

Música

Só Pro Meu Prazer
(Leoni)

Não fala nada, deixa tudo assim por mim
Eu não me importo se nós não somos bem assim
É tudo real nas minhas mentiras
E assim não faz mal, e assim não me faz mal não!

Não venha agora com essas insinuações
Dos seus defeitos ou de algum medo normal
Será que você não é nada que eu penso?!
Também se não for, não me faz mal, não me faz mal não!

Noite e dia se completam no nosso amor e ódio eterno
Eu te imagino, eu te conserto, eu faço a cena que eu quiser
Tiro a roupa pra você, minha maior ficção de amor
E eu te recriei, só pro meu prazer...

Texto de Thiago Damasceno

        Em 1986, Leoni deixou o Kid Abelha e fundou um novo grupo musical, os Heróis da Resistência, que lançou seu primeiro álbum naquele mesmo ano pela gravadora WEA. O baixista, letrista, cantor e compositor, enfim, um “artesão pop como poucos”, como diria o jornalista Arthur Dapieve, continuou a mostrar sua competência artística no novo grupo, participando da composição de excelentes canções como “Esse outro mundo”, “Dublê de corpo”, “Silêncio”, “O fim da estrada”, “Diga não”, etc. Inclui-se nesse rol a famosa e citada no presente texto, “Só Pro Meu Prazer”, regravada por Bruno & Marrone, por exemplo, e por um grupo de pagode cujo nome eu não lembro. E é muito provável que ela também tenha sido regravada por outros músicos, tanto dentro do gênero rock como fora dele, já que muita gente pensa que ela foi composta por quem de repente a executa ou a interpreta. Geralmente não se sabe que ela foi feita pelo Leoni.
        Só Pro Meu Prazer carrega consigo uma característica também vista na literatura: é uma obra mais famosa que o criador.
        Interpreto-a como uma canção que fala sobre o “amor e ódio eterno de um casal. A relação se destrói, mas como os amantes se amam, essa mesma relação se reconstrói: “e eu te recriei só pro meu prazer”. Essa recriação é dotada de imaginação criativa, é dotada de arte, como num filme: “eu te imagino, eu te conserto, eu faço a cena que eu quiser”. Assim, as fantasias do casal se realizam: “tiro a roupa pra você, minha maior ficção de amor”. Essas recriações podem ser mentiras, porque serão destruídas novamente, mas mesmo assim “é tudo real nas minhas mentiras”. Eles sabem que a destruição é mentira, é falsa porque será recriada posteriormente. Esse trecho é tão lírico e polissêmico que eu dispenso meus demais comentários, que correm o risco de serem paupérrimos perante tal letra.
        Apesar dos desentendimentos, os amantes sempre voltam, não importa como, já que “eu não me importo se nós não somos bem assim” e “será que você não é nada que eu penso? Também se não for, não me faz mal, não me faz mal não!” Ou seja, se não houver volta, haverá um mal maior que a futura destruição da relação, que novamente será reconstruída, um ciclo, tudo isso “só pro meu prazer”, ciclo que também levará prazer à parceira(o).
        Seguindo o exemplo de Bem Que Se Quis, gravei Só Pro Meu Prazer com o playback do http://www.mundodosplaybacks.net.   Logo abaixo está o link da minha gravação. Aproveito para agradecer os downloads de Bem Que Se Quis e para avisar que gravarei mais canções com e sem playbacks. Boa audição!

http://www.4shared.com/audio/IRe08l73/02_-_S_Pro_Meu_Prazer.html

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