ThiagoDamasceno: Crônica: Dia Mundial do Livro

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Crônica: Dia Mundial do Livro

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Por Thiago Damasceno
    
       
Hoje, 23 de abril, é o Dia Mundial do Livro, então resolvi escrever sobre minhas experiências com essa grande invenção da humanidade cada vez mais desumanizada, cruel e pós-moderna.

            Quando eu era do tamanho de um cachorro de médio porte, uma tia me deu uma coleção ilustrada dos contos de fadas clássicos. Eram doze livros. Meu preferido era O Gato de Botas. Lembro bem que nem sabia ler e escrever direito, estava no saudoso Jardim de Infância. Mesmo assim, lia o que dava do texto escrito, e acabava lendo mais as imagens do que as frases, e escrevia tudo, ou melhor, copiava as frases mesmo sem saber escrever algo coerente com mais de três palavras. Tempos mitológicos aqueles...

            Depois, quando eu pesava tanto quanto um filhote de Rotweiller, meu pai me deu a assinatura das HQ´s da Turma da Mônica. O tempo passou e as HQ´s amadureceram. Passei a ler a turma da DC e da Marvel Comics, ambas publicadas pela editora Abril. Preferia a galera da Marvel. Hoje, prefiro DC. Enfim, passei a infância com três assinaturas de HQ´s. Tempos de ostentação aqueles...

            Quando adolescente, descobri primeiro os autores clássicos do que as meninas. Lembro perfeitamente do ensolarado fim de tarde maranhense quando encontrei pela primeira vez a Biblioteca Comunitária Antônio Moreira de Paula, perto do colégio onde estudava. Foi amor à primeira leitura. E o melhor: o aluguel de livros era apenas R$ 2,00 a semana. Tempos de puberdade literária aqueles...

            Uma amiga mais velha tinha uma conta na biblioteca e peguei Drácula no nome dela. Bastaram poucos dias pra eu me autoavaliar profundamente tentando descobrir se eu era um vampiro ou não. Acho que não sou. Depois, conheci as aventuras de Sherlock Holmes, começando por O Cão dos Baskervilles, e em seguida descambei pra ficção científica de Arthur C. Clarke e suas odisseias espaciais. No começo, não curtia Harry Potter, mas depois cedi. E depois descobri um dos tesouros de nossa torpe raça permeada por vícios e hábitos medonhos: O Senhor dos Anéis. Tempos preciosos aqueles...

            Hoje em dia, no andar ansioso da juventude, leio mais obras do gênero fantástico, realismo mágico, terror e horror, e começo a escrever coisas nesse rumo (a postagem anterior é uma dessas coisas). Tempos maravilhosos estes. Alguns autores, nacionais e internacionais, estão entre os preferidos, mas aproveito pra destacar o Gabriel Gárcia Márquez e seu Cem Anos de Solidão. Podem até dizer que eu não li o livro todo – eu li – pois destaco a sua primeira frase: belíssima, saudosista, simples, mitológica e sei lá mais o quê:
MUITOS anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo.

            Leiam até pensarem que este mundo se trata de ficção.

Gabriel Gárcia Márquez (1927-2014)



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