ThiagoDamasceno: Arte: Arte & Emoção

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Arte: Arte & Emoção


Arte & Emoção

Por Thiago Damasceno

        Uma conversa de salão de beleza me inspirou a escrever este texto. Depois juntei essa conversa com as reflexões que faço sobre Arte.

        Era uma segunda-feira à tarde quando resolvi ir ao salão. Meu cabeleireiro estava trabalhando bem, como sempre, mas diferentemente dos outros dias, naquela segunda-feira ele estava ouvindo música pelo seu MP4. Nosso silêncio foi quebrado quando ele comentou:

- Rapaz, música é bom demais, né?

        Na condição de artista amador em algumas áreas, eu disse, com muito entusiasmo:

-É.
 
        Falei e estranhei. Estranhei tanto ele quanto eu. Depois lembrei que também tinha esses “lampejos de pensamentos”. Ele ainda mencionou que achava difícil alguém não gostar de música, e eu concordei, afinal, uma das coisas que aprendi desde que saí do ventre da minha mãe é que sempre há música pelo ar (principalmente percussiva ) e fãs pra qualquer estilo musical.

        Aquele homem continuou dizendo que qualquer tipo de música deixava-o alegre, até as mais tristes e filosóficas e as que nos fazia chorar. Interessante aquele ponto de vista. Discordei em parte, mas respeitei sua opinião e terminei minha fala no diálogo mencionando que as pessoas buscam emoções ao ouvir músicas.

Vivemos atarefados. Nos tornamos escravos de nossas obrigações. Esse fenômeno vem se acelerando nas nossas sociedades ditas cada vez mais “desenvolvidas” e cheias de possibilidades. Assim, acredito que esse nosso estilo de vida agitado, intensificado desde o século XIX, vem bloqueando algumas emoções, pois não nos relacionamos (às vezes) com a natureza e com as pessoas como antes. Quero dizer que muitas vezes somos artificiais, somos robôs no sistema criado por nós mesmos. Mas aí, a Arte vem e nos dá mais emoções, mais vida e sentimentos que esse mundo turbulento oferece.

Um dia desses li o texto do encarte da coletânea “Por Enquanto” da Legião Urbana e concordei com ele ao defender que a sociedade precisa de ilusões, como os ídolos musicais rebeldes que no fundo, não são tão rebeldes assim. A Arte, por ser criação e uma mentira que diz uma ou mais verdades, nos proporciona muitas ilusões, nos dá pontos de fuga dessa realidade turbulenta. Não é à toa que os filósofos alemães Schopenhauer e Nietzsche prestigiavam a Arte, às vezes com exagero, assim como mergulhavam, também de vez em quando, num “mar de desespero” angustiante.
    
        Em certas vezes é preciso viajar por outros lugares, ver com outros olhos, ouvir com outros ouvidos e sentir o bater do seu, ou de outro coração. A Arte ajuda nessa empreitada e as músicas nos dão os ritmos.

“Sem a música, a vida seria um erro”.
(Nietzsche)

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