ThiagoDamasceno: Crônica (Escrita No Dia 17/12/10)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Crônica (Escrita No Dia 17/12/10)

A Falta Que 5 Centavos Me Fizeram

Por Thiago Damasceno

        O quanto uma mísera moeda de 5 centavos pode ser crucial em algum momento das nossas existências? Alguns podem ousar responder “Nunca!” Mas veja bem caro leitor, o destino nos reserva surpresas. Os eventos aqui narrados aconteceram comigo hoje, por volta do meio-dia.

       
         Aparentemente hoje seria mais um dia normal de férias. Estudei um pouco de Inglês numa biblioteca perto da minha casa e depois fui jogar Age Of Mythology no computador. Tudo estava indo bem até minha mãe avisar que deveríamos almoçar num restaurante, mas almoçamos em restaurantes diferentes, já que cada um estava em um setor diferente da cidade. Fui ao popularíssimo Restaurante Popular. Refeições por apenas 1real.
        Eu estava sem dinheiro na carteira. Havia torrado tudo ontem. Então fui ao meu saco de moedas e peguei dois reais, pois, caso a comida estivesse boa (nem todo dia é assim), eu iria repetir. Fui ao restaurante, comprei uma ficha, entrei numa fila enorme e comi uma deliciosa feijoada. Meu cérebro namorou meu sistema digestivo e eu pensei: “Vou repetir”. Ainda sentado à mesa, peguei o outro 1 real em moedas de 10 centavos que estava na carteira. Algumas moedas de 5 centavos ficaram no fundo do bolso, mas deixei-as ali mesmo. Levantei-me da mesa e fui comprar a outra ficha, e para minha surpresa, na hora do pagamento, eu estava com apenas 80 centavos. Mas como? Eu havia contado 1 real segundos atrás. Fui completar então com as moedas de 5 centavos. Havia três, portanto, 15 centavos. 80 +15 = 95 centavos. Eu não sei o que tinha acontecido com as outras moedas de 10 centavos, mas estava faltando míseros 5 centavos para eu completar 1 real e fazer mais uma deliciosa refeição. Procurei nos bolsos e na carteira e não havia mais nenhuma moeda. Como eu não queria voltar pra casa só para pegar 5 centavos, pensei até em mendigar: “Por favor, alguém pode me dar 5 centavos?”. Mas não tive coragem. Então fui ao Banco do Brasil. Isso mesmo, andei para o outro quarteirão debaixo do sol abrasador do meio-dia para uma agência do Banco do Brasil para sacar dinheiro e fazer outra refeição de 1 real! Eu pensava: “Essas coisas acontecem...”, se bem que comigo acontecem com freqüência. Saquei meu dinheiro e voltei para o Restaurante Popular para saciar minha fome.
        Comprei mais uma ficha e esperei na fila. E claro, a Lei de Murphy se manifestou naquele momento, pois a segunda fila era maior que a primeira. Estava gigante, quase chegando na esquina do quarteirão. Mas também né? Doze horas, horário de pico, blá, blá, blá. Esperei e esperei e alguns minutos depois eu pude entrar novamente na área de alimentação do restaurante. Comi mais uma vez uma ótima feijoada.
        Eu voltaria semi-satisfeito para casa, mas quando eu estava saindo do restaurante, pisei numa moeda de 5 centavos! Ela estava ali na calçada, quieta, silenciosa, esperando pelo meu pé. Ela ria de mim, eu podia ouvi-la dizer algo como: “Te peguei, fiz você ir ao banco trouxa, pensou o quê?! Que eu era apenas uma mísera moeda de 5 centavos? Há! Há! Há!” Deixei ela ali. Deixei ela ali só por raiva. Voltei pra casa insatisfeito, e de agora em diante, guardarei todas as moedas de 5 centavos que eu achar na rua.

2 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkk' já aconteceu isso comigo! no onibus, tive que pedir para uma pessoa desconhecida que interasse minha passagem. hahaha

    ResponderExcluir
  2. kkkk, são tristes esses caos, mas a economia nos reserva o inesperado

    ResponderExcluir