Os
Mutantes: Quando a Brincadeira Ficou Séria
Por
Isabela Crispim
Graduanda em
História,
produtora de
eventos
e professora na
rede privada de ensino
Uma junção de três universos distintos, que
sensação poderia isso nos proporcionar? A banda Os Mutantes pode muito bem nos
dar essa resposta e espero que vocês, caros leitores, conseguiam ter um gostinho
deste universo encantado. Desejo também que após a leitura desta matéria vocês
corram para aquilo que o século atual nos proporciona e baixem algum dos
maravilhosos álbuns dessa viagem que chamamos de Os Mutantes.
No ano de 1966 uma rara história de amor e
música se inicia com Rita Lee (aquela belezura do cabelo cor de cenoura), Gênio
Batista, opa, quero dizer, Arnaldo Batista e um dos melhores guitarristas do
Brasil, Sergio Dias, assim nascendo Os Mutantes, nome estipulado um pouco antes
de apareceram no III Festival de Música Popular Brasileira.
Muitos
afirmam que essa banda vem na onda da Tropicália, mas eu não concordo com isso.
Prefiro dizer que Os Mutantes nada mais é do que um som extremamente
humorístico e um verdadeiro gozo, uma alegria. Não existem limites: falam de
amor, loucura, amizade e provavelmente tudo que você já pensou essa banda
cantou a respeito. Apesar de parecer tudo uma brincadeira, fazer um som igual
ao deles é deveras difícil.
Quando escutamos Os Mutantes percebemos
ondas psicodélicas e experimentalistas. Eles realmente sabiam como lidar com os
instrumentos que tocavam, afinal era um dos irmãos de Arnaldo e Sérgio que
criava os instrumentos da banda (Cláudio César Batista, considerado como
integrante da banda), pois naquela época não existia pedais de guitarra no Brasil
e tiveram que criar os seus próprios. Sabiam harmonizar, desde a voz até o
próprio figurino e por fim “A brincadeira ficou séria”, ou seja, ao mesmo tempo
em que a palhaçada (no sentido de gozação) estava envolvida na identidade da
banda havia toda uma técnica por trás de suas notas.
Uma das provas é o fato de estarem entre
os discos mais experimentais de todos os tempos. Segundo a revista britânica
Mojo eles se encontram na frente de bandas como Beatles e Pink Floyd. O disco
Tecnicolor seria um dos LPs mais marcantes dos anos 70 no Brasil sendo
totalmente impecável. Meus caros, eu afirmo que não existe no Brasil um som tão
criativo quanto Os Mutantes. Não percam mais um segundo sem embarcar nesta nave
espacial, pois afinal “Estamos todos aqui reunidos para esta maravilhosa festa”
(BATISTA, A).
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