O Senhor Tempo
Por
Erika Santos
Talvez
um coração bom mude tudo, talvez uma boa consciência mude tudo, mas o talvez do
mundo de hoje é um quase nunca porque tudo se resume ao rápido, ao prático, e
não se sente tudo como tudo deveria ser sentido. A verdade é que as coisas
realmente valiosas vão se perdendo, assim como um bem material. Hoje o que
deveria ser eterno é considerado passageiro.
Coitado
do Senhor Tempo, que tem que tomar conta de tudo e de todos. Se nós fizéssemos
nossa parte talvez o Senhor Tempo não ficaria tão sobrecarregado. Ele anda tão
ocupado! Quando estamos vivendo algo bom, falamos “Nossa, mas passou tão
rápido!” É... Ele tem outras coisas pra resolver. O Senhor Tempo está cada vez
mais ocupado com nossos problemas que não dedica sua intensidade da forma
devida no que ele fazia de melhor, gastando-se conosco nas maravilhas da vida,
não importando nada mais que aqueles momentos, tudo com a paciência de uma
criança e não com a rapidez de um adulto.
A
tristeza que hoje domina muitos é a substituição da mágica que é a alegria da
vida, o despertar das emoções mais serenas. A correria deixou pra trás a essência
de muitas e muitas coisas. A música deixou de ser sentida, o tempo não parou no
instante em que queríamos, a vida mudou o que queríamos que durasse o
suficiente para a felicidade ser infinita. Simplesmente encontro-me olhando o céu,
seja de dia, com nuvens ou não, com gotas de chuva a cair ou não, com estrelas
ou não, com luar ou não, só de olhar para aquele infinito a sensação é de ser alguém
pequeno e ao mesmo tempo gigante.
Há
quem concorde com isso, há quem discorde disso. É como eu disse, tudo é feito de
talvez, de não e de sim, mas grande parte prefere a limitação de algo impensado
e trocado do que a imensidão que logo que chega não se vai. Ela é diferente, ela marca. Trás consequências? Sim,
mas as melhores são as maiores, e as não tão boas são tão poucas que isso o
Senhor Tempo, já acostumado com coisas tão gigantes, resolve rapidinho, do
contrário, a felicidade é instantânea e muitas coisas são perdidas. Aí então as
partes ruins são a maioria. De que valem então as felicidades instantâneas?
Definitivamente não entendo quem as prefere.
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