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Por
Thiago Damasceno
Hoje, 23 de abril, é
o Dia Mundial do Livro, então resolvi escrever sobre minhas experiências com
essa grande invenção da humanidade cada vez mais desumanizada, cruel e
pós-moderna.
Quando eu era do tamanho de um
cachorro de médio porte, uma tia me deu uma coleção ilustrada dos contos de
fadas clássicos. Eram doze livros. Meu preferido era O Gato de Botas. Lembro bem que nem sabia ler e escrever direito, estava
no saudoso Jardim de Infância. Mesmo assim, lia o que dava do texto escrito, e
acabava lendo mais as imagens do que as frases, e escrevia tudo, ou melhor,
copiava as frases mesmo sem saber escrever algo coerente com mais de três
palavras. Tempos mitológicos aqueles...
Depois, quando eu pesava tanto
quanto um filhote de Rotweiller, meu
pai me deu a assinatura das HQ´s da Turma da Mônica. O tempo passou e as HQ´s
amadureceram. Passei a ler a turma da DC e da Marvel Comics, ambas publicadas
pela editora Abril. Preferia a galera da Marvel. Hoje, prefiro DC. Enfim, passei
a infância com três assinaturas de HQ´s. Tempos de ostentação aqueles...
Quando adolescente, descobri
primeiro os autores clássicos do que as meninas. Lembro perfeitamente do
ensolarado fim de tarde maranhense quando encontrei pela primeira vez a
Biblioteca Comunitária Antônio Moreira de Paula, perto do colégio onde
estudava. Foi amor à primeira leitura. E o melhor: o aluguel de livros era
apenas R$ 2,00 a semana. Tempos de puberdade literária aqueles...
Uma amiga mais velha tinha uma conta
na biblioteca e peguei Drácula no
nome dela. Bastaram poucos dias pra eu me autoavaliar profundamente tentando
descobrir se eu era um vampiro ou não. Acho que não sou. Depois, conheci as
aventuras de Sherlock Holmes, começando por O
Cão dos Baskervilles, e em seguida descambei pra ficção científica de
Arthur C. Clarke e suas odisseias espaciais. No começo, não curtia Harry
Potter, mas depois cedi. E depois descobri um dos tesouros de nossa torpe raça
permeada por vícios e hábitos medonhos: O
Senhor dos Anéis. Tempos preciosos aqueles...
Hoje em dia, no andar ansioso da
juventude, leio mais obras do gênero fantástico, realismo mágico, terror e
horror, e começo a escrever coisas nesse rumo (a postagem anterior é uma dessas
coisas). Tempos maravilhosos estes. Alguns autores, nacionais e internacionais,
estão entre os preferidos, mas aproveito pra destacar o Gabriel Gárcia Márquez
e seu Cem Anos de Solidão. Podem até
dizer que eu não li o livro todo – eu li – pois destaco a sua primeira frase: belíssima,
saudosista, simples, mitológica e sei lá mais o quê:
MUITOS anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o
Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai
o levou para conhecer o gelo.
Leiam até pensarem que este mundo se
trata de ficção.
Gabriel Gárcia Márquez (1927-2014) |
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