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Thiago Damasceno
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
sábado, 13 de outubro de 2012
Crônicas: Conversas No Elevador, 01 e 02
Conversas
No Elevador
Por Thiago Damasceno
Antes das
crônicas, uma pequena introdução...
Elevador: máquina que transporta
seus usuários em um prédio substituindo a atividade de subir e descer escadas.
Quem mora em prédios com elevador ou usa-os diariamente no trabalho sabe que as
conversas geradas nele, são em sua maioria, enfadonhas e chatas, pois não almejamos
conversar, mas chegar logo aos nossos destinos. Além disso, estudos de
comportamento defendem que nos sentimos ameaçados com estranhos próximos a nós
em locais pequenos. Uma questão de espaço territorial bastante relacionada ao
corpo. Assim, acenamos, cumprimentamos e conversamos levemente (ou não) com
nossos estranhos acompanhantes de elevador por meras conveniência e educação social,
gerando diálogos rasos, bobos, pseudo profundos e engraçados. Minha intenção é
mostrar esses diálogos nesta seção de crônicas. Virão muitas outras. Então,
fique à vontade pra ler e embarque logo.
I
O Jovem
Estudante
Terminado o período de aulas, ao
entardecer, o cansado jovem estudante apressou-se rumo ao prédio onde morava,
desejando ardentemente o aconchego do seu apartamento. Como último passo de sua
jornada épica diária, ele pegou o elevador no térreo e subiu rumo ao seu
cafofo.
Como era de se esperar, deu de cara
com outro morador, um desses que ele fazia questão de dizer “bom dia”, “boa
tarde” ou “boa noite” sempre que o via. Vendo o uniforme escolar e a mochila do
jovem estudante, o outro morador, num lance único de observação e perspicácia,
sabiamente perguntou:
-
Estudando muito?
-Muito.
-
Vestibular, né?
-
É.
-
Puxado... Mas é isso aí! Tem que botar quente!
-
É. Boa noite! – disse o jovem estudante, apressando-se em sair do elevador
assim que o aparelho chegou ao seu andar.
II
O
Cachorro Saltitante
Assim que a noite caiu
definitivamente sobre a cidade, o simpático jovem estudante decidiu passear com
seu saltitante cachorro, pois o trânsito das ruas havia diminuído. Entrando no
elevador, deparou-se com uma jovem senhora perfumada demais, que lhe dirigiu a
palavra, olhando para seu animal de estimação:
-
Que bonitinho!!! É ele ou ela?!
-
Ele. – respondeu o jovem estudante, verborragicamente, e em seguida segurou um
espirro.
-
Ah! Qual é a raça?!
-
Terrier com chitzu.
-
Oh... que fofo!!! Dá muito trabalho arrumar o pêlo dele?
-
Dá. É muito pêlo.
As portas do ente mecânico se
abriram e o simpático jovem estudante se dirigiu à rua com seu saltitante
cachorro.
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