ThiagoDamasceno: dezembro 2015

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Os Mutantes: Quando a Brincadeira Ficou Séria

Os Mutantes: Quando a Brincadeira Ficou Séria

   Por Isabela Crispim 
Graduanda em História,
produtora de eventos
e professora na rede privada de ensino

    Uma junção de três universos distintos, que sensação poderia isso nos proporcionar? A banda Os Mutantes pode muito bem nos dar essa resposta e espero que vocês, caros leitores, conseguiam ter um gostinho deste universo encantado. Desejo também que após a leitura desta matéria vocês corram para aquilo que o século atual nos proporciona e baixem algum dos maravilhosos álbuns dessa viagem que chamamos de Os Mutantes. 


     No ano de 1966 uma rara história de amor e música se inicia com Rita Lee (aquela belezura do cabelo cor de cenoura), Gênio Batista, opa, quero dizer, Arnaldo Batista e um dos melhores guitarristas do Brasil, Sergio Dias, assim nascendo Os Mutantes, nome estipulado um pouco antes de apareceram no III Festival de Música Popular Brasileira.

      Muitos afirmam que essa banda vem na onda da Tropicália, mas eu não concordo com isso. Prefiro dizer que Os Mutantes nada mais é do que um som extremamente humorístico e um verdadeiro gozo, uma alegria. Não existem limites: falam de amor, loucura, amizade e provavelmente tudo que você já pensou essa banda cantou a respeito. Apesar de parecer tudo uma brincadeira, fazer um som igual ao deles é deveras difícil. 

     Quando escutamos Os Mutantes percebemos ondas psicodélicas e experimentalistas. Eles realmente sabiam como lidar com os instrumentos que tocavam, afinal era um dos irmãos de Arnaldo e Sérgio que criava os instrumentos da banda (Cláudio César Batista, considerado como integrante da banda), pois naquela época não existia pedais de guitarra no Brasil e tiveram que criar os seus próprios. Sabiam harmonizar, desde a voz até o próprio figurino e por fim “A brincadeira ficou séria”, ou seja, ao mesmo tempo em que a palhaçada (no sentido de gozação) estava envolvida na identidade da banda havia toda uma técnica por trás de suas notas.

       Uma das provas é o fato de estarem entre os discos mais experimentais de todos os tempos. Segundo a revista britânica Mojo eles se encontram na frente de bandas como Beatles e Pink Floyd. O disco Tecnicolor seria um dos LPs mais marcantes dos anos 70 no Brasil sendo totalmente impecável. Meus caros, eu afirmo que não existe no Brasil um som tão criativo quanto Os Mutantes. Não percam mais um segundo sem embarcar nesta nave espacial, pois afinal “Estamos todos aqui reunidos para esta maravilhosa festa” (BATISTA, A).



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