ThiagoDamasceno: maio 2013

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Crônica: Aprendiz de Escritor

Aprendiz de Escritor
Por Thiago Damasceno

            Saudações, camaradas da astronave Terra!
           
            Andei sumido por uns dias, mas por uma boa causa: escrevo e reescrevo uns contos que invento desde o ano passado. Alguns vou enviar pra concursos literários e outros, publicar aqui. Focado nessa tarefa, confesso que estava sem ideias pro blog, então lembrei que posso muito bem falar do que venho aprendendo no campo da escrita de ficção.


             Destaco um conselho prático do apocalíptico Eduardo Spohr, autor de A Batalha do Apocalipse, que afirma que não há inspiração, que inspiração é mito. Pra criar é preciso (também) cercar-se de referências. Vi que é assim mesmo. Me considerava sem inspiração, então passei a ler muitas obras de terror, horror, literatura fantástica (a linha que venho produzindo) e filmes e séries do gênero. Mergulhei com tudo no mundo da bizarrice, ganhando com isso alguns pesadelos. Porém, as ideias estão brotando na minha pobre e jovem mente conturbada até agora. É uma questão de vontade, criatividade, preparo, organização e tempo. Escrever requer tempo, muito tempo...

            Somos antenas parabólicas, vivemos captando coisas e armazenando-as seja no nível consciente ou inconsciente. Devidamente ambientado e após criar, ler outras obras e algumas coisas de Teoria Literária e técnicas de escrita... comecei a escrever!

Imagino a estória, seus cenários e personagens como se fizessem parte de um filme, um filme interior. Viro uma espécie de “câmera da imaginação” e como ser real, ser com corpo presente, registro pelas palavras o que fantasiei.

            Esses são alguns pensamentos de um aprendiz de escritor. À medida que eu for produzindo mais ficção, também produzirei mais crônicas sobre essa estética experiência. Até a próxima e que a imaginação nos leve aonde nenhum homem jamais esteve.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Crônica Social: Pelas Ruas Que Andei I

Pelas Ruas Que Andei
Crônicas Sociais

I

Contra o Aumento da Passagem do Transporte Coletivo

Por Thiago Damasceno

            Acordei levando um tapa na cara do Sol goianiense que entrava pela janela de vidro do quarto. Pensei que seria mais um belo dia de Sol com céu azul a la Maranhão, mas nem tanto. Não bastava o descaso do governo estadual e a consequente greve da Universidade Estadual de Goiás (UEG), onde estudo, outra indignação social daria as caras. Após forrar o estômago com um delicioso cuscuz de arroz, fui ler uma matéria sobre o gênio do terror Edgar Allan Poe. Porém, o terror começou mesmo quando ouvi uma gritaria na rua. Abri a janela e me impressionei ainda mais ao ver os ônibus do Eixo (Metro Bus) circulando pela Rua 04. Isso só acontecesse em comemorações pela Independência ou aniversário da cidade, mas não, havia (há) um movimento na rua.

            Com toda a classe média que compõe minha índole, desci do prédio e fui ver o que se passava no sempre barulhento centro de Goiânia. Havia algumas dezenas de manifestantes no cruzamento da Avenida Goiás com a Avenida Anhanguera, paralisando parte do trânsito da capital. Eles reivindicavam (e reivindicam) a paralisação do preço da passagem do transporte coletivo da cidade, que pode subir de R$ 2,70 pra R$ 3,20! Isso sim é terror! Se Poe estivesse vivo, talvez escrevesse um poema ou um conto sobre isso. Pagar R$ 3,20 pra andar em ônibus atrasado, sujo e lotado é piada de mal gosto! O governo, atrelado às grandes empresas privadas responsáveis pelo setor de transportes, deixa estudantes e trabalhadores a desejar, mais uma vez...

Havia muitas viaturas e policiais armados no local da manifestação e um estudante foi preso, mas recebeu apoio jurídico. O corpo de bombeiros também foi chamado porque os manifestantes fizeram uma fogueira, mas nada que fosse preciso chamar os Vingadores pra ajudar a pagar um impossível incêndio. Os manifestantes pediam a presença de representantes do CMTC (Companhia Municipal de Transporte Coletivo) para a entrega de um documento ao presidente (a) do órgão, que até onde fiquei sabendo, estava indo para o local.  Deixaram claro que outras manifestações seriam feitas com o mesmo objetivo. Todo brasileiro sabe que isso deve ser feito devido à maldita burocracia dos poderes públicos.

            A cidade e o estado andam agitados nesses dias: greve na UEG desde algumas semanas, greve dos motoristas de ônibus na semana passada e agora, movimentos contra o aumento da passagem. Isso é o que sei. Pelas outras cidades há mais coisas que nem sempre a mídia mostra. Abaixo, fotos da manifestação de hoje (que ainda acontece enquanto escrevo este texto) e parte do texto do panfleto assinado pela Frente Contra o Aumento distribuído pelos manifestantes. Continuarei escrevendo essas crônicas sociais à medida que eu participar e ver mais movimentos. Já deveria ter começado a escrever bem antes, bem antes...



Eixões parados e vazios

Já dizia a canção: "Você precisa de alguém que te dê segurança, senão você dança..."
Frente Contra o Aumento

CONTRA O AUMENTO DA PASSAGEM
CONTRA O GOVERNO DAS EMPRESAS
R$ 2,70 JÁ É ROUBO, R$ 3,20 ENTÃO?!

            Este ano as empresas do transporte seus parceiros “públicos” anunciaram outro aumento da passagem de ônibus. A ideia é que a tarifa aumente pra no mínimo R$ 3,20!

            Esse aumento, como todos os aumentos que tivemos nos últimos anos, não se justifica para os usuários do transporte coletivo. Os atrasos e os ônibus superlotados continuam! É mais um aumento para saciar a sede de lucros das empresas que compõem a Rede Metropolitana de Transporte Coletivo: Metrobus, HP, Rápido Araguaia e Cootego.

            Em 2007, a passagem de ônibus era R$ 1,80. Em 2012 já chegou a R$ 2,70.

            É um aumento de 50% em apenas 5 anos! Mesmo a inflação aumentou apenas 35% de 2007 pra cá... Será que houve tantos custos extraordinários que justifiquem?

            Quais são os custos? Por que a CMTC não publica os cálculos feitos para justificar o aumento? Com que compromissos os Secretários do Governo do Estado e Prefeitura, além dos próprios prefeitos de Goiânia, Aparecida e Senador Canedo sempre votam a favor do aumento na Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC)?

Por que os usuários não têm voz nessa questão que afeta diretamente o nosso bolso, nossas vidas?