ThiagoDamasceno: maio 2011

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Crônica Poético/Filosófica

Reflexo de Mim
Por Erika dos Santos Silva
"A realidade é aquilo que você faz dela."
        
         Saí em meio ao nada, distraído e solitário pensando em quem eu sou e como eu sou. Só me restava a dúvida. Nada respondia. Em meio ao silêncio da natureza em que me encontrava, um turbilhão de pensamentos faziam barulhos ensurdecedores em minha mente. Parei para pensar.
         Encostei-me numa pedra e ao lado dela, havia um rio. Fitei-o. Observei os peixes que por ali passavam, pareciam estar tão felizes, com seu rumo tomado e sem pestanejar. Seguiam aquele destino com uma exatidão invejável de que no fim daquela jornada daria tudo certo.
         Aqueles peixes, diferente de mim, tinham um rumo tomado. Eu estava ali, perdido, sem saber que decisão tomar. Cheguei mais perto do rio e vi ali um reflexo. Era eu. Fiquei olhando novamente os peixes nadando felizes pelo leito do rio. Resolvi dar um mergulho e entrar naquela realidade alegre em que eles se encontravam.
         Mergulhando, encontrei os admiráveis peixes e diante daquilo, me contagiei e reparei ao meu redor. Tudo era paz e alegria. O colorido do rio, das plantas e dos mais variados tipos de peixes me mostraram que a realidade é aquilo que você faz dela. De repente me vi limitado. Meu oxigênio estava acabando e eu tinha que voltar à minha realidade, só que desta vez, uma realidade diferente. Dessa forma decifrei o que é a vida, como sendo um tudo em meio ao nada que eu era antes.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Poemas

         Atendendo a pedidos, postei mais poemas de Luciano Noleto, mas agora poemas eróticos, bem polêmicos, e como eu gosto de dizer, citando os poetas modernos, "para escandalizar a burguesia". Aprecie e goze no ato.

Thiago Damasceno

Buceta Radioativa

Há uma fissura no meio
quem acha seu núcleo
morre de um prazer mortal

Sua cadeia ramificada
enche grandes calçadas
de fregueses vulcânicos
padeiros, aposentados e mecânicos

Todos se aglomeram por ela
e nela depositam sua solução
De Fato, existe o problema

Nossa nobre buceta de cada dia
rogai para que seja consumida
por dentes amolados
assim em cada radiação
terás a noção do perigo
de contaminação urbana
na manhã da aranha radioativa
perseguida pelas multidões
pagando o preço de sua cadeia
ramificada e ensaboada

Antes da primeira refeição
lavar bem as mãos
evitando riscos de contaminação

Sua cara de apetição
Oh Deusa radioativa
apaga as minhas feridas
em teu âmago macio e carnudo
levante cada um dos defuntos
das terras que emanam o mel

Nossa brava meretriz
que a todos servem de bom grado
faça-nos engolir a tua composição
para fertilizar nossas imensas terras
pasma de tanta aberração
por entre campos de destruição
e campos de concentração
visita nosso lar todos os dias
aliás três vezes por dia
para receitar o tratamento viril
radioativanto assim esse meu Brasil
Luciano Noleto

Canto Do Coito Interrompido

Ah! não pare de movimentar
O doce balanço do ar
que embriagua o lúcido
antes mesmo de dormir
trinta minutos em média
antes de vir a tragédia
meu amor não pare de cantar
a infonia do luar.

Por entre entrada e saída
a mesma pedida cuspida
de um carro em desparada
sem freio beirando a chegada
quarenta e cinco minutos
o segundo tempo, mais acrescimos
para quem quer ganhar
e o jogo finalizar.

Mas não pare de cantar
se agora que começou a esquentar
como brasa ferrando cavalo
me abraça num só galopar.

É chegada a hora de tirar
no melhor da história ter que parar
melhor do que esperar
nove meses pra nascer
o herdeiro do canto novo
que faz a vida se renovar.

Luciano Noleto

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Poemas: O Cemitério, O Espelho

       
        Senhoras e senhores, amigos e inimigos, passageiros e leitores, apresento dois loucos  poemas de Luciano Noleto, meu conterrâneo, amigo e parceiro musical. Para ler mais poemas desse autor, acesse: http://www.textolivre.com.br/component/comprofiler/userprofile/lucianonoleto
Thiago Damasceno
Aprecie com moderação. Se for enlouquecer, poetize.
O Cemitério
Ninguém quer ir pra lá
Nem quer ouvir falar
Mas um dia a hora chega
e não tem como escapar

CEMITÉRIO
Casa dos mortos, oficina da morte
CEMITÉRIO
Fim da jornada, corpos decompostos

Não tem idade certa
Não tem hora certa
Se o momento chegou
Pra lá se vai descansar

CEMITÉRIO
Sete palmos de terra na cara
CEMITÉRIO
Do pó o homem veio, pra lá vai voltar

Fim para uns
Começo para outros
Será que há vida após a morte?
Ninguém voltou
para te avisar
A vida só Deus quem pode tirar

CEMITÉRIO
O corpo descansa, a alma passeia
CEMITÉRIO
Não pagou as dívidas?
Agora que não vai pagar.

Luciano Noleto
Espelho
De um ângulo diferente
tudo se divide
luz refratada
criança a brincar

o gordo se acha mais magro
a culpa é de quem?
a mulher se acha mais velha
a culpa é de quem?
alguém se acha mais idiota
a culpa é dele mesmo

Pela sua própria natureza
''humana'' feito do chão

Tudo fica maior
às vezes
tudo fica nítido
nem sempre


Ah se eu tivesse um espelho
colocaria na frente
de tudo que acontece
no mundo...

Luciano Noleto